A emissão postal é composta por quatro selos. Cada um deles apresenta o retrato de um artista conhecido como um dos pilares da Missão Artística Francesa no Brasil: Joachim Lebreton ? líder da Missão Francesa; Grandjean de Montigny ? arquiteto; Nicolas-Antoine Taunay ? pintor de paisagens e Jean Baptiste Debret ? pintor histórico. Ao lado dos artistas, está representado o assunto relativo ao trabalho em que cada um se destacou. Junto a imagem de Lebreton, uma representação da viagem da França ao Brasil, com o contorno dos dois países em destaque nas cores de suas bandeiras. No selo de Montigny, o primeiro prédio que abrigou a Academia Imperial, e o detalhe de uma coluna com o capitel da ordem jônica. Taunay, o pintor das paisagens brasileiras, aparece junto à representação da Cascatinha Taunay, na Floresta da Tijuca. Jean Baptiste Debret, finaliza a quadra de selos com uma composição mostrando parte de casarios com produtos à venda e negras vendedoras na rua. As cores das bandeiras dos dois países aparecem em alegorias nas artes, destacando desta forma, as relações diplomáticas entre Brasil e França. A técnica escolhida para a arte dos selos foi a aguada de nanquim para os retratos, e a aquarela para as cenas ao lado dos homenageados.
Edital nº 3 Arte: Dalila Santos Processo de Impressão: ofsete Folha com 24 selos Papel: cuchê gomado Valor facial: R$ 3,55 cada selo Tiragem: 480.000 selos Área de desenho: 44mm x 26mm Dimensão do selo: 44mm x 26mm Picotagem: 11 x 11,5 Data de emissão: 26/03/2016 Local de lançamento: Rio de Janeiro/RJ Peça filatélica: Envelope de 1º Dia de Circulação Impressão: Casa da Moeda do Brasil
A queda de Napoleão proporcionou a retomada dos laços culturais entre a França e Portugal. A convite da Corte Portuguesa, aporta no Rio de Janeiro, em 26 de março de 1816, a Missão Artística Francesa, liderada por Joachim Lebreton (1760-1819), ex secretário do Institut de France. Acompanham-no o pintor Debret (1768-1848), o paisagista Nicolas Antoine Taunay (1755-1830), o arquiteto Grandjean de Montigny (1776-1850) e outros artistas. O objetivo da Missão era fundar a primeira Academia de Artes no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
O grupo revolucionaria as artes na corte tropical do Rio de Janeiro, beneficiando- se do desejo da coroa de desenvolver as Artes e Ofícios na América, onde agora vivia a Família Real e parte expressiva da nobreza portuguesa. A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios é criada por decreto no dia 12 de agosto de 1816, mas efetivamente é inaugurada em 5 de novembro de 1826, como Academia Imperial e Escola de Belas Artes.
Nesse interim, Joachim Lebreton estabelece os princípios e diretrizes para o funcionamento da futura Academia Imperial, porém falece em 1819, sem ver sua implantação. Os demais artistas franceses realizaram trabalhos para a corte portuguesa, dentre os quais a organização dos cerimoniais da chegada da Princesa Leopoldina, em 1817, aclamação de D. João VI, em 1818 e a coroação de D. Pedro I, em 1822.
Destacam-se no grupo os trabalhos do arquiteto Grandjean de Montigny, responsável por vários projetos e obras públicas como o edifício da Academia Imperial de Belas Artes e o prédio da Alfândega (atual Casa França-Brasil), e do pintor Jean-Baptiste Debret, organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829).
Debret fez vários retratos da família real, aquarelas e desenhos sobre o cotidiano da cidade, reproduzindo as atividades dos escravos, dos grupos indígenas e, também, sobre os fatos da vida da Corte. Permaneceu no Brasil por quinze anos. Um de seus trabalhos mais conhecidos é o livro “ Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil,” publicado em três volumes, com um total de 150 ilustrações onde Debret retrata e descreve a sociedade brasileira no início do século XIX. Sua obra é, ainda hoje, referência para estudos sobre o Brasil dessa época.
Historicamente, os franceses foram os fundadores do ensino formal da arte acadêmica como estilo no Brasil, uma arte cultivada pelo estado e organizada dentro de linhas metodológicas rígidas, com temáticas próprias, modelos formais, exames de aptidão e sistema de premiações. A atuação dos franceses também contribuiu para melhorar o status do artista, assumindo uma postura de cidadãos livres, profissionais, numa sociedade em vias de laicização. Sua influência se estende às noções de saneamento e higiene que trouxeram e que iriam aplicar na construção dos edifícios e modificar o urbanismo das cidades brasileiras, transformando o modo de viver no Brasil Colônia.
Com essa emissão, os Correios do Brasil, por meio da Filatelia, destaca importante fato histórico para o desenvolvimento cultural brasileiro, homenageando a contribuição francesa para esse episódio, ao tempo em que ressalta os laços de amizade e de cooperação que sempre permearam as boas relações entre Brasil e França.
Relações diplomáticas, história, etnias, meio ambiente, arte, vultos célebres.
O máximo acima, devido à peculiariedade apresentada no cartão-postal, dupla impressão, pode ser considerada uma variedade.